Expresso 2222

Resenha do Álbum

Depois de três anos exilados em Londres, janeiro de 1972 marca o retorno dos baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso à sua terra natal. Com eles veio uma bagagem de experiências e influências adquiridas no exterior, já que durante esse tempo os artistas mantiveram-se ativos na cena musical britânica e tiveram a oportunidade de tocar em festivais como o Isle of Wight Festival, além de gravarem alguns discos.

Para o primeiro lançamento de Gil desde o seu retorno, a gravadora Phillips não poupou recursos para que obtivessem um produto final que causasse impacto e vendesse bem. Alugaram o estúdio Eldorado em São Paulo, o único no Brasil até então com uma mesa de 16 canais, e convocaram o experiente produtor Roberto Menescal para que as sessões fluíssem bem.

O disco Expresso 2222 foi lançado em Julho do mesmo ano para um enorme sucesso comercial e de crítica. O álbum ficou marcado pela mistura das influências nordestinas de Gil, como Jackson do Pandeiro e a Banda de Pífanos de Caruaru (que executa a primeira faixa do disco) com o rock n’ roll britânico dos Beatles e dos Rolling Stones. O violão de Gil é um dos principais fios condutores do disco, cuja levada única desenvolvida pelo músico serviu de inspiração posterior para outros artistas como Djavan e João Bosco.

Nesse álbum, o músico baiano reprocessou o passado com releituras de músicas como O Canto da Ema, famosa na voz de Jackson do Pandeiro e Chiclete com Banana, sucesso de Gordurinha. Além disso, algumas canções originais do disco como Oriente, Back In Bahia e a faixa-título Expresso 2222 são alguns dos grandes sucessos do artista e são figurinha carimbada no repertório de seus shows até hoje. ©️ João Gabriel Fonseca - Bananas/Qobuz