Tim Maia 1970

Resenha do Álbum

Tim Maia (1970) é um disco muito importante na carreira de Tim Maia não só por ser o seu début, mas também porque foi esse disco que inaugurou e popularizou a soul music no Brasil. No início dos anos 1960, o carioca havia passado uma temporada nos Estados Unidos e retornou para o Brasil influenciado por nomes como Sam Cooke e Ray Charles. Por aqui discos como Samba Esquema Novo (1963), de Jorge Ben, e O Inimitável (1968), de Roberto Carlos, já estavam flertando com o soul, mas foi só depois da estreia de Tim Maia que o estilo se consolidou de vez por aqui.
Embora seja o début do carioca, aqui nesse álbum já dá para sentir o que viria pela frente. Logo na primeira faixa, Coroné Antônio Bento, Tim mistura o soul com baião. Ele volta a fazer essa fusão de ritmos regionais com o estilo em Pedro Cícero, que celebra um dos religiosos mais populares da época. Nesse mesmo disco a gente também conhece uma das marcas registradas de Tim Maia: as baladas românticas. Em Eu Amo Você, Primavera e Azul da Cor do Mar, ele abre alas para um soul mais melódico, quase cantado à capela, que no futuro acabou rendendo vários hits para sua carreira.
Durante as suas 12 faixas, Tim Maia (1970) vai costurando o soul com samba, baião, forró e bossa nova e vai criando uma identidade brasileira para o estilo americano. O álbum que teve como banda de apoio Os Diagonais e foi produzido por Jairo Pires e Arnaldo Saccomani também foi responsável por apresentar para o Brasil a voz e o estilo irreverente e inconfundível de Tim Maia, que naquela época não sabia, mas iria se tornar não só o pai da soul music nacional como também um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. © Nathalia Pádua Bananas/Qobuz