Pursuit of Ends

Resenha do Álbum

Faixas atípicas que quebram barreiras estilísticas são muito populares no mundo de hoje. E esse mesmo mundo vai adorar o High Pulp! Porque mesmo que este jovem coletivo de Seattle tenha sido construído com uma paixão comum pelo jazz, a linguagem que eles falam durante os quarenta minutos de Pursuit of Ends vai muito além. Como eles mesmos dizem, Rob Homan (teclados), Antoine Martel (teclados, guitarras), Andrew Morrill (saxofone alto), Victory Nguyen (flauta, saxofone, trompete), Scott Rixon (baixo) e Bobby Granfelt (bateria) se reconhecem tanto em Miles Davis e Duke Ellington como em Aphex Twin e My Bloody Valentine! E a High Pulp está de fato esticando cabos fortes entre bop e pós-rock, eletro e pop, jazz-fusion e new wave. Sua trilha sonora exclusivamente instrumental, que ressoa neste primeiro álbum ganhador do Qobuzissime, baseia-se sobretudo em uma estrutura melódica impecável, ela própria solidamente apoiada por um padrão rítmico fascinante. Pensa-se frequentemente na música sem Estado de cientistas loucos como o falecido David Axelrod, outro dos ídolos da High Pulp, cujas composições tomam a forma de uma verdadeira música de filme falsa com sabores vintage e futuristas. É nesta perda de pontos de referência espaço-tempo que Pursuit of Ends se torna fascinante. Quando seus instrumentos de latão se envolvem em sulcos hipnóticos (Kamishinjo), quando o relógio não indica nenhuma hora e o calendário não indica nenhuma data... Apoiado por alguns convidados como Jaleel Shaw (Roy Haynes, Mingus Big Band), Brandee Younger (Ravi Coltrane, The Roots), Jacob Mann (Rufus Wainwright, Louis Cole) e o trompetista Theo Croker, o coletivo americano faz uma entrada bastante notável na cena do jazz... Marc Zisman/Qobuz