Céu

Resenha do Álbum

Céu (2005) é o disco de estreia da paulista Céu. A cantora tinha 25 anos quando o álbum foi lançado, mas já estudava música desde a adolescência. Céu foi muito influenciada pelo pai, que é músico e maestro. Desde pequena, ouvia samba de raiz e jazz. Na adolescência se interessou pelo rap e pelo manguebeat. Aos 18 anos, se mudou para Nova York em busca de novas referências musicais. Foi lá que conheceu Antônio Pinto, que colaborou nas composições desse disco, e também apresentou a ela Beto Villares, que já havia produzido discos de Zélia Duncan e Mestre Ambrósio, e foi o responsável pela sonoridade de Céu (2005). 
Juntos eles foram em busca de uma sonoridade que conseguisse unir o jazz, a música “urbana” americana (soul, rap) e a música regional brasileira (samba, manguebeat). O resultado disso são 15 faixas que transcendem rótulos e fazem juz a personalidade forte da paulista. Além disso, um dos pontos altos desse álbum - e da carreira da Céu como um todo - é essa ambiguidade em que ora entendemos ela como uma cantora de mpb, ora como uma intérprete de jazz. Malemolência, Lenda e Rainha são algumas das músicas que se destacam no álbum e trazem esse mix de vocais de jazz com percussões afro-brasileiras e beats que flertam como o soul de cantoras como Erykah Badu. No entanto, não podemos deixar de citar Concrete Jungle, um cover interessante de Bob Marley. 
Céu (2005) foi muito bem recebido pela crítica e público e chegou a ser indicado ao Grammy na categoria de “Melhor álbum de World Music Contemporânea". Ele colocou Céu entre as revelações da música brasileira e foi o estopim de projetos muito maiores que viriam no futuro. © Nathalia Pádua Bananas/Qobuz