Um panorama sobre a vida de um dos mais importantes nomes da música popular brasileira: Maria Bethânia e sua carreira de muitos discos, espetáculos e poesia.

Maria Bethânia Viana Teles Veloso nasceu na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, no dia 18 de Junho de 1946, filha de Dona Canô e Seu Zezinho. Seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano em homenagem à canção de mesmo nome, composição de Capiba e sucesso na voz de Nelson Gonçalves. Vinda de um berço artístico, a jovem sempre sonhou em ser atriz, se mudando para Salvador na adolescência para terminar os estudos e ingressar na Escola de Teatro da UFBA, onde fez parte do fervilhante movimento estudantil da época.

Quando Caetano Veloso foi chamado para compor a trilha da peça Boca de Ouro de Nelson Rodrigues, ele convidou sua irmã para interpretar as faixas. Esse foi seu primeiro trabalho profissional com a música. Foi nessa época em que conheceu figuras da cena baiana da época como Gal Costa, Gilberto Gil e Tom Zé. A partir daí, esse grupo passou a performar em diversos espetáculos pela cidade.

Foi em 1965 que Bethânia fez sua primeira apresentação de maior porte: foi convidada por Nara Leão que, com problemas de saúde, precisava de uma substituta no espetáculo Opinião no Rio de Janeiro. A substituição foi um sucesso, muito pela performance da canção Carcará, de João do Valle. Nesse mesmo ano, a cantora assina com a gravadora RCA e lança seu primeiro disco, Maria Bethânia. Passou então a se apresentar em teatros e casas de show no Sul-Sudeste, tornando-se cada vez mais conhecida.

Seu próximo sucesso viria dois anos depois, com o disco Edu e Bethânia, lançado em parceria com o compositor carioca Edu Lobo. Gozando de sua nova popularidade, Bethânia buscou nos anos seguintes se afastar da imagem de “cantora de protesto” adquirida após o sucesso de Carcará. Não se filiou ao movimento tropicalista da época e entrou numa fase mais boêmia, culminando no disco homônimo de 1969, que também marca suas primeiras inflexões em direção ao candomblé.