Morreu nesta quinta (02) o saxofonista Wayne Shorter, aos 89 anos. O estadunidense deixa uma esposa, a brasileira Carolina dos Santos, uma filha, Miyako, e uma enteada, Mariana Shorter. Sua filha mais nova, Iska, faleceu em 1986.
Nascido em Newark, nos Estados Unidos, em 1933, Wayne Shorter acompanhou o desenvolvimento do jazz durante toda a segunda metade do século 20. O saxofonista começou a ganhar proeminência no começo dos anos 1960 como membro do Art Blakey’s Jazz Messengers, participando do lendário álbum A Night In Tunisia, de 1961.
Depois veio um dos períodos mais importantes de sua carreira: membro do Segundo Grande Quinteto de Miles Davis, de 1964 a 1970. Foi nesse período que Wayne começou a desenvolver um estilo mais único tanto de compor, quanto de tocar, resultando nos discos In A Silent Way e Bitches Brew, ambos de 1969. Foi também nesse período que Wayne compôs alguns temas que viriam a se tornar standards do jazz, como Footprints, Nefertiti e Feio.
Enquanto isso, Wayne também se concentrava em sua carreira solo, gravando 11 discos entre 1964 e 1970, incluindo alguns de seus sucessos como Speak No Evil e JuJu, além de trabalhar com músicos como Freddie Hubbard, Elvin Jones, Herbie Hancock e Ron Carter.
Foi nos anos 1970 que o saxofonista se juntou a Joe Zawinul e Miroslav Vitous para formar o lendário grupo de jazz fusion Weather Report. Discos como Heavy Weather e Black Market tornaram-os rock stars do jazz devido a sua grande popularidade. O grupo teve formações bastante variadas no decorrer de sua existência e chegou a incluir nomes como o baixista Jaco Pastorius e os brasileiros Airto Moreira e Dom Um Romão.
Se engana quem pensa que Wayne Shorter trabalhou somente com jazz. No decorrer de sua carreira, o saxofonista participou de 10 discos da cantora Joni Mitchell, tocou o saxofone da faixa Aja, da banda Steely Dan, e lançou um disco em parceria com Milton Nascimento e Herbie Hancock chamado Native Dancer, em 1974.
Com uma carreira que durou mais de 70 anos, o estadunidense ganhou 12 Grammys e se consagrou como um dos maiores nomes da história do jazz, tocando com quase todos os grandes nomes do gênero que lhe foram contemporâneos. Foi um dos principais responsáveis pelo surgimento do gênero jazz fusion e deixou uma marca histórica em toda a música mundial.