Luedji Luna amplia o horizonte em “Bom Mesmo é Estar Debaixo D’Água Deluxe”

Entre os dois anos que separam o lançamento de Bom Mesmo é Estar Debaixo D’Água (2020) e a sua versão Deluxe (2022), a cantora baiana Luedji Luna fez turnê na Europa, participou do icônico programa americano Tiny Desk e se tornou mãe. Isso sem mencionar a pandemia da COVID-19 que assolou todos nós e, consequentemente, também mudou Luedji.

Bom Mesmo É Estar Debaixo d’Água foi lançado em outubro de 2020, no auge da pandemia no Brasil e do isolamento social, e a ideia de Luedji com esse disco era trazer um pouco de beleza, conforto e delicadeza para o dia a dia dos seus fãs que estavam tão fragilizados. O álbum foi muito bem recebido por crítica e público e foi parar em diversas listas de melhores do ano de 2020, além de ter rendido indicações no prêmio APCA e no Grammy Latino. Ele, inclusive, conta com um lindo registro audiovisual assinado por Joyce Prado.

Fazem parte do disco músicas como Ain’t I a Woman, Ain’t Got No, que é uma linda versão atualizada da música de Nina Simone, e, claro, a faixa título belíssima Bom Mesmo é Estar Debaixo D’Água, que se tornou uma das músicas com mais plays da cantora. Foi a partir desse disco que Luedji passou a explorar menos elementos orgânicos como o violão e a percussão e passou a se debruçar mais no jazz, além de abrir um diálogo sobre o que é o amor para as mulheres negras.

Na versão deluxe do álbum, lançada em novembro, a narrativa continua a mesma, mas passa a explorar o amor sob a ótica do desejo e da sensualidade. As letras ficam mais diretas e menos metafóricas. Além disso, sonoramente falando a versão estendida do álbum foca mais no R&B e no neo soul do que na versão inicial que se ancora no jazz.

O álbum ainda conta com feats de peso como o da rapper carioca N.I.N.A em Metáfora, do produtor americano Oddisee na dançante Sinais, do duo jazzista YOÙN em Salto e da cantora americana Mereba em Pele.